quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Visão de Poder de um Homem de Bem

Há muitos anos atrás, em uma reportagem sobre o venerando Chico Xavier, em dado momento lhe foi perguntado qual seu pensamento sobre o poder. O saudoso médium comparou o poder a uma coroa de espinhos. Paralelamente, a repórter perguntou ao então Presidente Collor o que ele achava da comparação feita pelo renomado espírita, ao que o mandatário brasileiro respondeu, depois de apresentar seu apreço pelo médium , não concordar,pois ele reconhecia no poder um imenso prazer.

Estão aí postas duas visões antagônicas de uma mesma situação. E com certeza, elas se chocam pela postura pessoal tomada por cada um dos observadores. Chico vê o poder como uma forma de servir, de transferir bem-estar aos sofrimentos e necessidades alheias. Com um agravante.Ninguém se transforma em ter superpoderes ao assumir o poder. Nossas condições pessoais e dos cargos de que estamos investidos são limitadas. Nós e os recursos de que dispomos somos finitos e , portanto, no exercício do poder teremos que conviver com nossas impotências e frustrações.

Por mais que nos desdobremos na intenção de sanar sofrimentos e solucionar carências, ainda sim, teremos o fardo de suportar as infelicidades, que por diversos motivos , mesmo independente de nossa vontade, persistirão, mantendo quadros de agonias, que nos impedirão a sensação de plena satisfação. Este será o quadro tormentoso daquele que ao assumir o poder se impõe o dever de servir e não ser servido, dedicando-se ao coletivo, meta primeira e última do poder.Por isso, a justeza da figura da coroa de espinhos em relação ao poder.

Já quanto a outra visão, devemos nos calar, pois ela provou com requinte no que desemboca tomar o poder como fonte de prazer.

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