quarta-feira, 1 de julho de 2009

Somos de Deus, Mas Devemos Muito ao Diabo

O título pode até ser tomado como provocativo por aqueles que aceitam a existência real desta figura representativa do Mal, mas espero poder explicar antes de ser mal entendido.

Ao longo de toda história da humanidade, a criatura humana só aceitou para si a responsabilidade do que ela suportava.Fora disso ela sempre se ocultou no jogo da dissimulação, na tentativa de diminuir o peso da realidade pouco favorável aos seus interesses ou princípios. Mecanismos de defesa. Uma dessas formas de mascarar as ocorrências desagradáveis, por nós engendradas ou conduzidas, é transferirmos a autoria ao Diabo.A partir daí, passamos à condição de vítimas indefesas, até porque na briga de Deus com o Diabo, o ser humano é o siri, sempre levando a pior.

Por longo tempo, nos escondemos por detrás do Diabo.Esta foi a forma infantil de enfrentarmos nossos desafios, fraquezas e derrotas.Não podemos evitar o rito de passagem da imaturidade para a maturidade espiritual. Este rito impõe a dor do esforço, único meio de crescermos por nossos próprios méritos e recursos.Já é hora de assumirmos nossos sucessos e insucessos, como lei natural de uma vida sadia, mental e fisicamente,e aceitarmos o convite do Cristo para brilharmos nossa Luz, o que só acontecerá através do nosso encontro lúcido com a nossa realidade humana, sem fantasias e enganações.

Pensamentos somhadores só prejudicam. Quando a maré financeira não está para peixe, nada mais insano do que ficar imaginando ganhar na loteria ou mega-sena.Isto é válido para todas as demais categorias de dificuldades, não adianta querer escapar por soluções mágicas. Todas as soluções sadias passam por nosso livre-arbítrio, da mesma forma como passaram os fatores geradores dos infortúnios que nos incomodam.

É preciso perceber que toda vitória requer estratégia, e o estabelecimento de prioridades a serem atacadas e de um programa de recuperação de cada instância de nossas vidas é de fundamental importância. Na falta de possibilidade de assumirmos integralmente esta empreitada, nada impede que humildemente recorramos a uma ajuda amiga ou profissional para nos orientar na arrumação da casa interior.

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