sexta-feira, 4 de junho de 2010

Plante Simpatia, Cultive Amizades

Esta afirmação está condicionada à nossa realidade instável de criaturas humanas, que reagem ao sabor da satisfação , ou não, dos seus desejos e ambições.Muitos de nós, fechamos “o tempo” com facilidade e “ descascamos” em quem não tem nada a ver. Temos dificuldade de separar as coisas.



Por um instante, maltratamos alguém e , sabidamente, nos reconhecemos injustos, mas por força do orgulho, não nos retratamos pela justificativa da pouca importância daquela pessoa em nossas vidas : “ Ela não faz diferença alguma pra mim”.E aqui caberá a lembrança de uma verdade física e interrelacional : “ O mundo dá voltas”.



A experiência que irei relatar é um exemplo inverso do que comentei até agora, mas sustenta a tese de que os laços que nos unem hoje, poderão nos fazer reencontrar tempos depois , em posições diferentes, e tudo dependerá de como estabelecemos nossas relações anteriormente.



Morei em Brasília por 2 anos, e lá tive um dileto amigo, Eduardo. Num bairro chamado Sudoeste, próximo ao trabalho, costumeiramente, fazíamos a refeição num pequeno e simples “self service”, cujo o dono chamávamos de Botafoguense, típico carioca malandro. A gozação rolava solta , sendo eu flamenguista e Eduardo um palmeirense roxo (verde é melhor).Fizemos uma amizade saudável, de profundo companheirismo e respeito entre nós.Voltei para o Rio e nunca mais soube do Botafoguense, que sinceramente nem o nome sabia.



Um dia parado no pedágio da Linha Amarela, fui abalroado por um carro dirigido por uma jovem. Estava atrasado para compromissos, por isso peguei os dados dela e do carro e fiquei de fazer contato posteriormente. Fiz algumas tentativas, mas infrutíferas, por isso decidi consertar o carro e cobrar a indenização.Na ocasião do incidente, ela me informou que trabalhava numa empresa de comunicação radiofônica, muito conhecida no Rio, e pra lá me dirigi.Ela me recebeu dizendo que o marido dela iria resolver e, na hora, por contato telefônico ele me despachou dizendo que iria fazer contato em outro momento para tratarmos do assunto. Enfim, me senti enrolado. Ela para ser agradável me perguntou se eu já tinha conhecido uma rádio por dentro, e passou a me apresentar as dependências. Quando em dado momento, ela abre a porta do setor FM, o comunicador se surpreende e na frente dela me cumprimenta efusivamente: “ E aí flamenguista, cadê o Eduardo? ”. Era o Botafoguense. Eu fiquei estupefato e ela caiu do cavalo, tanto que me indagou se eu o conhecia, respondi afirmativamente. Ela nos deixou sozinhos, e disse que voltava logo. Eu e o saudoso camarada trocamos breves palavras, inclusive sobre o fato que me levava a estar ali, e ela retornou me comunicando que seu pai ( um outro grande comunicador)estava me chamando para acertarmos a indenização.



Não tenho a menor dúvida de que eu sairia daquele local sem êxito de receber meu prejuízo, se não fosse o fato de conhecer o Botafoguense, pois a solução que havia sido adiada, foi prontamente resolvida, em razão do impacto daquele encontro “casual”, na frente da minha cicerone e devedora.Este acontecimento inopinado, me fez estar mais atento ao grande investimento em simpatia e cuidado com o outro.



Creio, nossas simpatias são nossos advogados de defesa nas questões da vida. Com certeza!