sábado, 30 de outubro de 2010

A MORALIDADE NÃO PODE ESPERAR

A Nação se volta para a decisão do Supremo Tribunal Faderal para julgamento da constitucionalidade da aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa já para o pleito do próximo 3 de outubro, e a decisão do STF é adiada em razão do empate dos votos dos ministros (4 x 4 ).

O Princípio Democrático de Direito tem como fundamento consagrado no artigo 37, da Constituição Federal, a MORALIDADE, e imediatamente no inciso I, do mesmo artigo, define que " os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei ..." . A Lei da Ficha Limpa é uma alteração à Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que já estabelecia casos de ineligibilidade, que foi reforçada pelo quadro social político agudo da conduta ético-moral dos candidatos propostos pelos partidos e eleitos por uma população descompromissada com a retidão moral dos seus representantes, por entendê-loscomo símbolos do sucesso da ilegalidade sobre um sistema social opressor, marcado pela injustiça da pouca oportunidade para muitos e vantajosos para poucos apaniguados. Todavia, um erro não justifica o outro.E é chegada a hora do STF ofertar sua contribuição para depuração das lideranças políticas, pois sem política (digna) não há povo civilizado.

Acredito que todos concordemos com esta última afirmação, mas precisamos apresentar a razão principal para o STF emprestar seu apoio à aplicação imediata à citada lei.

A MORALIDADE é fator imprescindível à função pública, epor isso se faz urgente, urgentíssimo, que a lei tome efeitos imediatos.A Moralidade é a SAÚDE da vida pública. Se a Moralidade está ameaçada pela incursão de transgressores da Lei, segundo o entendimento de um colegiado de juízes, a saúde da sociedade está periclitando, e nada mais responsável e plausível do que uma " intervenção" em caráter imediato, pois a MORALIDADE, como a SAÚDE, não pode esperar, sob pena de por inépcia da sociedade, preencher-se as vagas das representações políticas com elementos provadamente venais.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jesus, o Psicoterapeuta

Ainda no cumprimento do seu messianato, Jesus se valeu da indagação feita se ele poderia interferir numa partilha de bens de uma herança, e advertiu não ser esta sua finalidade ( Lucas 12,13-14). O Cristo não veio até nós para tratar das questões materiais, imediatistas, e sim do essencial ( Mateus 6,21-22). Sua missão é de um terapeuta do espírito, tratando de todos aqueles que se aproximam de sua mensagem na sua natureza mais íntima. Ensinando-nos a perseguir a meta de libertação pela afirmação de nossas individualidades, confiantes de que cada experiência, agradável ou não, é parte integrante desse aprendizado. A relação de Deus conosco não é punitiva, mas educadora, por isso nos confrontamos com as conseqüências de nossos atos de ontem e hoje, por medida de responsabilização. Eis algumas dessas orientações fundamentais deste psicoterapeuta por excelência para nossa escalada no domínio equilibrado e harmônico dos valores eternos do espírito:

1) “ Ajuda-te e o céu te ajudará “

AUTONOMIA – É o ponto de partida de qualquer um de nós em razão das mudanças estruturais em nosso ser. Quando adoecemos na alma, nossos argumentos sempre focalizam mais os outros, sobretudo responsabilizando-os pelo que nos ocorre, distanciando-nos da autoria dos acontecimentos em nossas vidas que nos infelicitam. Tudo nos atinge por total aprovação e permissão nossas. Qualquer benefício ou ajuda, mesmo espiritual, virá ao nosso encontro se decidirmos autonomamente por nos fazermos alvos da ajuda. Esta é a primeira grande noção de limite. O limite da competência sobre nossos destinos: cuidarmos de nós mesmos.


2) “ Seja teu dizer: sim, sim; não, não “

ASSERTIVIDADE – É a profunda relação de coerência entre o que pensamos e o que manifestamos. Em geral, nossas percepções íntimas acerca de fatos e pessoas, são guardadas a sete chaves, por considerarmos que as nossas impressões não devem ser ditas. Com isso “ engolimos sapos” , nos desagradando e agredindo-nos, por acharmos pior contrariarmos o outro,sob a alegação de que o outro pode se chatear e quem sabe se afastar. Tal postura nos coloca em posição de únicos responsáveis pela manutenção das relações de amizade, parentesco, etc., mesmo que discordemos de determinados aspectos na conduta do outro, sem que aja abertura para externarmos a discordância. Esta forma desigual de relacionamento leva muitas vezes a situação extremas, pela insustentabilidade da tolerância com os desconfortos auto-impostos, ocorrendo o que se chama comumente: explodir na hora errada, e de forma exagerada, com cobrança de juros de mora. Por ter contido sua insatisfação pessoal para não ser desagradável ( a quem ?), a pessoa acaba assumindo uma atitude extremada, falando descontroladamente suas razões, causando um impacto violento no outro.Tudo isto por não ter um compromisso primeiro com suas aceitações, e definir de forma nítida e tranqüila a sua impressão sobre a situação, na medida em que se faça necessário, sem tardança.


3) “ Brilhe a vossa luz “

SINGULARIDADE – Somos uma incógnita de possibilidades. Guardamos inúmeras opções de realizações, dependendo dos estímulos que surgirem em nós, em face dos desafios do ambiente. Condições temos de superar esses desafios, desde que tenhamos sido conduzidos , desde cedo, em acreditarmos no resultado dos nossos esforços , do investimento de cada um em sua Inteligência e Sentimentos, o que nos torna singulares, incomparáveis. Ninguém faz nada exatamente igual ao outro, temos inclinações próprias que nos caracterizam a individualidade, e que nos personificam.Valorizemos nossas diferenças, pois elas reafirmam nossa importância no grande concerto da vida.


4) “ E que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil “

RESILIÊNCIA – Esta noção está profundamente ligada a resistência à frustração e ao desânimo. Nosso imediatismo e prepotência exige que as soluções das dificuldades sejam instantâneas, mas a realidade nos exige um pouco ( muito!) mais. É preciso reconhecer que os desconfortos podem ser gerados por questões que envolvam outros, e que só poderemos alterar a parte que nos toca, e até que os fatores independentes se alterem, boa parte do desconforto se manterá. A não ser que de nossa parte desenvolvamos novas habilidades para irmos além dos nossos limites de resistência atuais, ao contrário de quando dizemos: sou assim mesmo, não mudo. Desencravar crenças enraizadas e atualizá-las para sobreviver as dificuldades é um ato de extremo amor por si mesmo. É ir além do que se imaginava que poderia, é admitir a feição educadora da realidade.


5) “ O Escândalo é necessário, mas ai daquele por quem venha o escândalo “

EXPERIENCIAÇÃO – A vivência pessoal das emoções e sentimentos é insubstituível. É a oportunidade de aferir valores que nos esclarecem a realidade, nos fazendo perceber os pontos truncados que nos fazem sofrer. Sentimentos foram feitos para serem sentidos, e a nossa busca pessoal, sem medo, é que faz percebermos com clareza nossa natureza interior e seus mecanismos próprios de gerar bem e mal estar.O escândalo simboliza todo e qualquer desajuste com suas naturais consequências de impacto em nosso meio.
Importa reconhecer que a vida , a nível humano, não prescinde do equívoco, como instrumento necessário ao nosso auto-conhecimento. Não temos porque estigmatizar o erro como mau, pois através da sua necessária vivência descobrimos quem somos, sem máscaras, podendo optar por mudanças, se preferirmos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Plante Simpatia, Cultive Amizades

Esta afirmação está condicionada à nossa realidade instável de criaturas humanas, que reagem ao sabor da satisfação , ou não, dos seus desejos e ambições.Muitos de nós, fechamos “o tempo” com facilidade e “ descascamos” em quem não tem nada a ver. Temos dificuldade de separar as coisas.



Por um instante, maltratamos alguém e , sabidamente, nos reconhecemos injustos, mas por força do orgulho, não nos retratamos pela justificativa da pouca importância daquela pessoa em nossas vidas : “ Ela não faz diferença alguma pra mim”.E aqui caberá a lembrança de uma verdade física e interrelacional : “ O mundo dá voltas”.



A experiência que irei relatar é um exemplo inverso do que comentei até agora, mas sustenta a tese de que os laços que nos unem hoje, poderão nos fazer reencontrar tempos depois , em posições diferentes, e tudo dependerá de como estabelecemos nossas relações anteriormente.



Morei em Brasília por 2 anos, e lá tive um dileto amigo, Eduardo. Num bairro chamado Sudoeste, próximo ao trabalho, costumeiramente, fazíamos a refeição num pequeno e simples “self service”, cujo o dono chamávamos de Botafoguense, típico carioca malandro. A gozação rolava solta , sendo eu flamenguista e Eduardo um palmeirense roxo (verde é melhor).Fizemos uma amizade saudável, de profundo companheirismo e respeito entre nós.Voltei para o Rio e nunca mais soube do Botafoguense, que sinceramente nem o nome sabia.



Um dia parado no pedágio da Linha Amarela, fui abalroado por um carro dirigido por uma jovem. Estava atrasado para compromissos, por isso peguei os dados dela e do carro e fiquei de fazer contato posteriormente. Fiz algumas tentativas, mas infrutíferas, por isso decidi consertar o carro e cobrar a indenização.Na ocasião do incidente, ela me informou que trabalhava numa empresa de comunicação radiofônica, muito conhecida no Rio, e pra lá me dirigi.Ela me recebeu dizendo que o marido dela iria resolver e, na hora, por contato telefônico ele me despachou dizendo que iria fazer contato em outro momento para tratarmos do assunto. Enfim, me senti enrolado. Ela para ser agradável me perguntou se eu já tinha conhecido uma rádio por dentro, e passou a me apresentar as dependências. Quando em dado momento, ela abre a porta do setor FM, o comunicador se surpreende e na frente dela me cumprimenta efusivamente: “ E aí flamenguista, cadê o Eduardo? ”. Era o Botafoguense. Eu fiquei estupefato e ela caiu do cavalo, tanto que me indagou se eu o conhecia, respondi afirmativamente. Ela nos deixou sozinhos, e disse que voltava logo. Eu e o saudoso camarada trocamos breves palavras, inclusive sobre o fato que me levava a estar ali, e ela retornou me comunicando que seu pai ( um outro grande comunicador)estava me chamando para acertarmos a indenização.



Não tenho a menor dúvida de que eu sairia daquele local sem êxito de receber meu prejuízo, se não fosse o fato de conhecer o Botafoguense, pois a solução que havia sido adiada, foi prontamente resolvida, em razão do impacto daquele encontro “casual”, na frente da minha cicerone e devedora.Este acontecimento inopinado, me fez estar mais atento ao grande investimento em simpatia e cuidado com o outro.



Creio, nossas simpatias são nossos advogados de defesa nas questões da vida. Com certeza!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

ISTO É ESPIRITISMO ...

Mediante tanta confusão que se faz, é importante contar, de forma sucinta, a história recente do verdadeiro e único Espiritismo.

Há 18 de abril de 1857, o Sr. Allan Kardec lança a 1ª edição de O Livro dos Espíritos,através da editora do Sr. Paul Didier, contendo 501 questões, inicialmente, sendo ampliada três anos mais tarde (1860) para 1018 questões, que se desdobrou em outros quatro livros, tendo sua primeira parte ( As Causas Primárias) originado A Gênese (1868);a segunda parte (Mundo dos Espíritos) originado O Livro dos Médiuns (1861);a terceira parte (As Leis Morais) originado O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), e a quarta parte (Esperanças e Consolações) originado a obra O Céu e o Inferno (1865).

Por isso, temos O Livro dos Espíritos como o marco fundamental do Espiritismo, por ser sua estrutura filosófica básica. A partir dele, o Espiritismo deixa de existir na eternidade dos princípios e fenômenos que sempre envolveram a criatura humana, para compor um corpo doutrinário logicamente estabelecido, para conviver conosco por todo sempre, em nossa marcha evolutiva, fazendo-nos refletir sobre Deus, o Espírito e sua imortalidade,as Vidas Sucessivas, o Intercâmbio entre o mundo visível e o invisível e as diversas Moradas no Universo.

É o cumprimento do advento do Consolador Prometido, anunciado pelo Mestre Jesus, que estará entre nós constantemente, nos unindo como irmãos de caminhada, independente das diferenças que nos caracterizem.São 153 anos de novas luzes sobre a mensagem de amor deixada pelo Cristo, para que ela se mantenha viva e pura entre nós, como desde aquele primeiro amor que nos foi dirigido pelo Cristo quando nos aconselhou que nos amássemos como Ele nos amou.

Isto é Espiritismo, o resto fica por conta da falta de conhecimento ou má fé de alguns.

sábado, 22 de maio de 2010

Meus Professores da Arte de Bem Viver (I)

Hoje (2010), em pleno século XXI, é bem compreensível a discussão em torno da tolerância religiosa, embora com muita resistência ainda. Os tão famigerados anos 2000 persistem com a tola idéia da supremacia de um pensamento religioso sobre o outro, sob chuvas de críticas e ataques que estimulam a dissensão entre seres humanos, filhos da mesma origem. Tudo paradoxal com o maior grau de escolaridade e esclarecimento experimentados atualmente na sociedade brasileira.



Imaginem a cinquenta anos atrás? Quanto preconceito? Contudo, vou lhes contar uma história de grandeza moral, que tive o privilégio de conviver.



Minha infância foi vivida em Irajá e morava com meus pais nos fundos da casa de minha avó paterna, Dona Áurea Tavares do Amaral, quantas saudades! Minha avó era mãe-de-santo, seu terreiro era em Coelho da Rocha, no antigo Estado do Rio de Janeiro. Naquele tempo ir até lá era uma odisséia. O ônibus nos deixava na estação de Coelho da Rocha e tínhamos que ir a pé até o terreiro na rua Belkiss, entre valas negras de um lado e outro.Não foi uma vez que vi uma filha-de-santo cair nas valas com suas indumentárias vaidosamente brancas e engomadas.



Já ao lado de nossa casa em Irajá morava uma família de evangélicos ( Assembléia de Deus). Lembro-me do nome das duas senhoras: Ciriaca e Gregota, sogra e nora, respectivamente .E, talvez, pela dificuldade dos nomes, nós as tratávamos pela alcunha de “vizinha”. Quando em minhas estripulias de criança, me descuidava, e o brinquedo era arremessado para sua casa, lá eu me punha pendurado no muro a gritar: “vizinha”,”vizinha”, e uma delas pacientemente pegava o objeto para me devolver a alegria.



Eram tempos tão difíceis de rigor e conservadorismo segundo os padrões impostos pela religião dominante. Lembro-me que aos cinco anos, ao ingressar no curso de alfabetização do Instituto Irajá, minha mãe me recomendou: “ Se perguntarem sua religião diga que é católico,não diga que somos umbandistas”. Isto denunciava seu medo de que eu fosse discriminado pela rejeição que se estendia aos participantes dos cultos afros.



Todavia, não era isto que eu via entre minha avó e a vizinha. Pessoas simples, mas dotadas de um comportamento ético na convivência.Nunca se ouviu qualquer referência menor de ambos os lados sobre a prática religiosa da outra. E tudo culminava na grande festa de Crispim e Crispiniano ( tipo Cosme e Damião), em 25 de outubro. Esta era a única vez que minha avó e seus filhos-de-santo comemoravam seus rituais em Irajá.Uma multidão de adultos e crianças acotovelados em frente de nossa casa, para se deliciarem de tantas guloseimas, e mais de 1000 sacos de doces que eram distribuídos, e depois disto a macumba que ocorria em minha casa, nos fundos.



No dia seguinte, em meio aquele cheiro que misturava doces e flores ( não me sai da memória olfativa), minha avó começava o “ritual” da divisão das sobras . E nunca esqueceu de preparar um prato de todas as iguarias para nossas vizinhas, que eram chamadas ao muro para lhes ser entregue carinhosamente, e que era recebido sempre com muita simpatia e educação por parte delas.Não posso assegurar, por falta de comprovação, se as vizinhas comiam, ou não, o que lhes era oferecido, mesmo por razões religiosas, mas recebiam de forma cordial, e nunca foi visto elas se desfazerem de forma ostensiva, com intuito de demonstrar que não se abasteceram daquele tipo de oferta.



Esta foi a conduta entre minha avó, macumbeira, e as vizinhas,evangélicas, até o fim.Mulheres.Incultas.Pobres.Viveram em tempos de maior segregação religiosa, mas por serem autênticas e valorosas não se deixaram contaminar, pelo contrário, estabeleceram na esfera de suas influências o traço do respeito e consideração entre si, ensinando-me que a alguns a religião eleva, e outros dignificam o meio religioso a que pertencem. Este último é o caso dessas três exemplares mulheres.



Meu preito de gratidão a estas geniais professoras da Vida.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fernandinho Beira-Mar- Do Átomo ao Arcanjo

“ ... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo.Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto.” Allan Kardec –O Livro dos Espíritos – Pergunta 540



Esta é uma das mais lindas orientações ofertada pelos benfeitores espirituais ao codificador, Sr. Allan Kardec, traduzindo a escalada evolutiva a que todos estamos fadados, apesar dos equívocos e desmandos que possamos cometer.


Já citei-a várias vezes em minhas explanações, e para reforço da idéia chego a afirmar que “ o espírito que hoje transita sobre a face da Terra com a personalidade de Fernandinho Beira-Mar, um dia vai ser anjo”. É chocante para nós, pobres mortais, admitir isto por toda gama de malfeitos que este irmão realizou, mas esta é a determinação do infinito amor e misericórdia de Deus, que está muito acima da compreensão da nossa precária condição de espíritos em estágio de provas e expiações.


Qual não foi minha surpresa, quando constatei na Folha ONLINE, de 02/05/10,uma reportagem sobre o desempenho nas provas do ENCCEJA ( Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) do apenado Luiz Fernando da Costa (“Beira-Mar”), entre 470 mil participantes:


O Desempenho de Beira-Mar na Prova

ÁREA Nota de Beira-Mar Nota Predominante
LINGUAGEM (português) 142 100 a 120(41% dos alunos)

REDAÇÃO 7,5 6 a 8 (57% dos alunos)

MATEMÁTICA 157 100 a 120(35% dos alunos)

CIÊNCIAS HUMANAS
(História,Geografia) 157 100 a 120(35% dos alunos)

CIÊNCIAS DA NATUREZA
(biologia, física e química) 140 100 a 120(40% dos alunos)


Tal desempenho indica que a potencialidade imanente existe e está no aguardo de ser promovida para render frutos de transformação. O avanço intelectual, em todos nós, é o carro-chefe das conquistas morais. O resplandecer da inteligência antecede a alvorada das virtudes(pergunta 789 e comentário de O Livro dos Espíritos).Sem qualquer romantismo ingênuo, esta notícia nos assinala o indício de que , como sociedade, deixamos escapar a oportunidade de pelos caminhos da educação , em sua tenra idade, conduzi-lo a escrever uma outra história, fora do crime.E tudo aponta que seu potencial garantiria isso.


“Não adianta chorar o leite derramado”, como nos orienta a santa doutrina dos espíritos, nada se perde de nossas conquistas e experiências espirituais. E com certeza, com seu empenho nesta direção construtiva, consciente ou não disto, ele estará preparando novos rumos porvindouros para seu espírito imortal.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Antes de espíritas, somos seres humanos.Todo cuidado é pouco

Trabalhei com um companheiro que ouvia meus "causos" e ele me apelidou de Forrest Gump (O Contador de Histórias). Este é o preço que se paga por ter vivido sem medo de ser feliz ( ou infeliz ! ).

Então, com licença, lá vai mais uma das histórias da minha vivência.


Nestas andanças pelos centros espíritas da vida , me deparei com um acontecimento ilustrativo.Neste caso específico, a audiência era muito grande e a palestra transcorria em harmonia. Em dado momento eu fiz a seguinte referência:" ... pois às vezes deflagramos a Terceira Guerra Mundial dentro de casa pelo fato de alguém ter usado uma roupa nossa ...". Mais algum tempo de preleção e encerrei meus comentários. Ao retomar a palavra, o dirigente da reunião me agradeceu a colaboração e pediu desculpas por não entender determinadas situações, pois ficava "pau da vida" quando pessoas de sua casa usavam suas roupas, pois considerava uma falta de respeito. Saliente-se, nunca contestei isso,pois a verdade deve ser dita,dependendo da forma (por isso aludi à Terceira Guerra Mundial).E tal era sua indignação com a ocorrência , que ainda repetiu mais duas vezes a expressão já utilizada. A platéia foi levada aos risos e, posteriormente, deu-se por encerrada a reunião , iniciando-se os passes.


Algumas ilações se pode absorver do episódio:

1ª) Uma reunião doutrinária pública é a oportunidade de se reunirem várias pessoas , com origens e realidades diversas, e se tentar harmonizá-las em torno de reflexões sobre o pensamento de Jesus e Kardec. Tarefa pouco fácil, mas que fica mais prejudicada se existe um chamamento à grosseria vulgar como no caso da expressão usada, limiar do uso de uma palavra de baixo calão, o que deve ter concorrido para a hilariedade dos ouvintes.Com certeza o padrão mental deve ter sofrido uma queda;

2ª) A responsabilidade de um dirigente de reunião doutrinária é muito grande. Além de coordenar o andamento da reunião, lhe cabe a supervisão e controle de todas as ocorrências no ambiente da reunião. Por exemplo, caso de alguma alteração inconveniente no comportamento da platéia e avaliação no teor dos argumentos utilizados pelo expositor, se estão condizentes com a Doutrina. Se nenhum desses aspectos necessitarem de reparo, não caberá seu pronunciamento, acrescentando nada.Muitos dirigentes se valem do fato da sua posição para " choverem no molhado " do que foi dito anteriormente. Ser dirigente de reunião não é ser orador complementar. Não é ser dono do microfone.Com certeza a referência " ao uso da roupa " deve ter atingido uma questão mal resolvida dentro da realidade psicológica do dirigente da reunião, e ele se prevalecendo da sua posição, foi levado a um " afrouxamento de censura pessoal " e se permitiu desabafar uma indignação particular com uso de expressão inadequada ao ambiente. Típica imposição do particular sobre o público.


3ª) A alternância entre os expositores, sempre que possível, é algo salutar pela diversidade de enfoques que proporciona. O mesmo deveria ser aplicado aos dirigentes de reuniões públicas.Quando nos achamos estabilizados numa posição tendemos à estagnação,advindo os riscos de acidentes de percurso. Todo trabalhador mantido, por muito tempo, em evidência, a frente de um trabalho, tem a tendência a incorporar maneirismos ao seu comportamento na direção do trabalho, dificultando a meta de se promover a liberdade individual de cada um entender o conteúdo da exposição segundo seus critérios pessoais.

Todo acontecimento nos traduz ensinamentos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vaidade, todo cuidado é pouco

A convivência com os princípios espíritas, sem que percebamos, vai clareando determinados pontos em nossas vidas, que antes eram aceitos sem questionamento das implicações morais e do sentido ético, ou não, embutido neles.



Permitam-me apresentar uma experiência vivida.



Certa vez, fui convidado a fazer parte de um evento espírita, realizando uma palestra num município vizinho ao Rio de Janeiro.Acertei os aspectos específicos do estudo e , por fim, o representante do evento me solicitou informá-lo de um currículo mínimo para ser lido antes do meu estudo.Eu me neguei a informar.Ele insistiu.Eu ,então disse, que os dados mais relevantes de minha vida, dos quais eu mais me orgulhava, era ser casado com minha esposa e ser pai dos meus dois filhos ( tirei uma onda ...). Para mim era o que cabia num ambiente espírita. Enfim, acabei fazendo a palestra sem apresentação de currículo algum.



De minha parte, não considero cabível o ritual da formalidade catedrática de apresentação da vida pregressa intelectual e profissional num culto espiritual, onde pessoas de “ poucas letras” estariam presentes e poderiam se sentir intimidadas e constrangidas por sua pouca instrução, sendo equivocadamente levadas a crer que o(a) detentor(a) de um currículo mais denso é o “ dono da verdade “ inquestionável. Em Espiritismo, todo este contexto é abominável e indesejável.



Vejam, é válido na vida protocolar do mundo, mas não é recomendável na convivência espírita. Esta avaliação mais detalhada sobre as conseqüências de uma atitude ou iniciativa qualquer é que faz da convivência genuinamente espírita algo mais refinado, por medir como as decisões podem repercutir nas demais pessoas, e estar sendo estímulo, como no caso apresentado, à vaidade de todos nós, de quem ouve e , principalmente, de quem fala e dirige reuniões.



É um risco, é bom não pagar pra ver ...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

NÃO É BEM FALTA DE TEMPO

É muito comum hoje,frente à impossibilidade de se cumprir algum tipo de tarefa, justificar-se com a seguinte expressão: ' Não tive tempo' . Até mesmo como explicação a entes amados, quando eles reclamam pelo fato de não lhes procurarmos, logo recorremos à escassez do tempo e asseveramos: ' estou sem tempo para revê-los'.

Um amigo muito querido, num de nossos longos diálogos, me ofertou uma pérola, que me calou muito fundo. Disse-me ele: ' Você sabe qual é a definição de tempo? Ao que respondi negativamente. E ele completou: Tempo é prioridade '.Sinceramente, esta sentença me chocou, pois a recebi como uma revelação da mais alta inspiração.E como toda grande sabedoria, envolvida numa sutil simplicidade.

O tempo não muda, mas nossas prioridades sim.

Falta-nos honestidade em reconhecermos isto, pois a forma de como estamos preenchendo nosso tempo, diz qual é a importância das tarefas realizadas em nossas vidas, e quais são os valores que estamos cultivando ou deixando de cultivar em dado momento.É muito comum termos crises de saudosismo de práticas em épocas passadas, que na atualidade são incompatíveis em nossas rotinas por nossos objetivos serem outros, nem tanto pela impossibilidade de revivê-los, em alguns casos, por suas cenas e personagens,mas por termos tomado rumos distantes, responsabilidades diversas, que nos impedem de reviver prazeres idos.

Somos em todos os instantes obrigados a optar, escolher.E assim, nossas vidas vão tomando feições diferentes daquelas anteriormente existentes.

Por isso,principalmente,quando nossos amores e amigos nos reclamam a presença, maior atenção, recorremos ao chavão da 'falta de tempo' , pois poderia ser mal compreendido lhes dizer a verdade, que se esconde por trás da omissão: ' Você não é minha prioridade atualmente'.

Obrigado, Sylvio Diniz, pelo ensinamento. Te amo.

sábado, 17 de abril de 2010

Centro Espírita não é igreja, mas ESCOLA

“ As Sociedades Espíritas devem fazer a mesma coisa e conseguirão grande proveito para o seu adiantamento ao promoverem conferências em que seja lido e comentado tudo o que possa ter relação com o Espiritismo, a favor ou contra. Dessa discussão, a que cada um dá a contribuição das suas próprias reflexões,saem os esclarecimentos que passam despercebidos numa leitura individual.Ao lado das obras especiais, os jornais também contribuem com fatos,notícias,reportagens,relatos de virtudes ou de vícios que levantam graves problemas morais susceptíveis de serem resolvidos pelo Espiritismo. “

(Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – item 347 – 2ª Parte – Capítulo XXIX ) *





Na afirmação do título não se deve inferir qualquer distinção discriminatória ou ofensiva , simplesmente uma constatação de diferença de postura institucional de um centro espírita no desempenho da sua finalidade de esclarecer a espíritos de encarnados e desencarnados.



Tradicionalmente , uma igreja caracteriza-se por uma postura dogmática,mesmo autoritária, na divulgação de sua doutrina de eleição.Não há discussão do mérito.Pressupõe-se um detentor de todo conhecimento teológico, e a ele cabe a tarefa de conduzir os demais adeptos a concluírem segundo sua visão, como se não houvesse outra(s) forma(s) de enxergar o tema apresentado.Daí, ser de domínio público a afirmação: “ Religião não se discute, se aceita”.



O Espiritismo luta, com muita dificuldade , contra esta postura passiva, quase de inércia, comum às nossas experiências anteriores no campo religioso. Com seus poucos 153 anos de organização ( 18 de abril de 1857), o Espiritismo encontra resistência , até mesmo entre seus adeptos,que contrariamente às sugestões de Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns (*), proíbem nas reuniões públicas que seus freqüentadores externem suas opiniões,alegando ser necessário se manter a harmonia e disciplina do ambiente, ferindo desta forma a natureza primordial do centro espírita que é de ESCOLA, onde nos instruimos e educamos naturalmente em todas as oportunidades e com todas as ocorrências.



No Centro Espírita não cabe convencionalismos igrejeiros inibidores da participação e crescimento pessoais , por ele ser um polo incentivador da busca individual da Verdade com liberdade , num clima fraternal e solidário, inclusive pela franca oportunidade do intercâmbio de impressões, tornando a reunião produtiva e agradável pela contribuição de uns para com os outros, para ampliação de nossas limitações.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Chico - O Fenômeno e o Exemplo

Indiscutivelmente, Chico Xavier foi uma das maiores antenas mediúnicas conhecidas no mundo. Tanto na gama dos fenômenos como na produção alcançada pela sua psicofonia e psicografia.As mensagens obtidas, em diversos estilos e assuntos, orientam e ilustram , os conceitos básicos contidos nas obras básicas do Espiritismo, além de muitas delas serem a comprovação da continuidade da vida no além-túmulo e revigorar as forças dos desesperançados. Chico iluminou consciências e corações, deixando um rastro de consolação pelo conteúdo autêntico e elevado dos ditados espirituais vindos por sua mediunidade abençoada.

Contudo, a dimensão de Chico Xavier excedia a condição de médium dotado de extraordinárias possibilidades psíquicas. O homem em sua postura moral confirmava a mensagem de que se fazia intermediário, pois em sua humildade, se considerava o primeiro alvo de todas as orientações que recebia, e por isso, ofereceu sua vida à exemplificação dos mais elevados princípios da dignidade humana. Chico era entre nós a personificação da bondade e tolerância. Sua relação com todos, indistintamente, fundava-se na mais pura fraternidade sem limites. Era um seguidor de Cristo disposto a pagar o preço da perseverança e fidelidade para com o Evangelho.

Sua existência atestou que um ser humano pode ir além da humanidade.

sábado, 27 de março de 2010

A Afinidade

Se existe algo intrigante nas relações humanas para grande maioria das pessoas é o fator da predisposição natural de nos acharmos atraídos, ou não, por alguma pessoa.A algumas de forma muito intensa.

A isto chamamos de afinidade, seja no seu aspecto positivo, atraindo, por nome simpatia, ou no aspecto negativo, a antipatia, rejeitando.

Muitas vezes isto define a sorte ( ou azar?!?!) de grandes empreitadas na vida, tanto no campo profissional, afetivo, familiar, religioso,escolar,etc.

Peço permissão para fazer uma afirmação de profunda analogia. Grande parte dos acidentes no trânsito, em casa e no trabalho são causados por ingestão abusiva do álcool, como boa parte das nossas escolhas as fazemos tendo por base as afinidades. Tanto uma como outra situação, a ingestão de álcool e a afinidade, são minimizadas como razões secundárias dos acontecimentos , mas isto merece uma avaliação mais profunda e responsável.

As questões 386 a 391 de O Livro dos Espíritos norteiam a importância da afinidade positiva e negativa, determinando a atração que os espíritos envolvidos terão de se buscarem , fruto das experiências vividas em outras vidas e pelo forte sinal emitido pela diferença entre suas idéias acerca das coisas e sobre o outro.

Por isso, precisamos estar atentos às nossas predisposições naturais , pois elas são a coerência de outras oportunidades ( vidas), que muitas vezes devem ser corrigidas nos seus extremos, para mais ou menos.É o retorno à lição mal realizada, que deve ser refeita e não repetida.Daí não nos deixarmos levar pelo impulso natural de tudo aceitarmos dos afins , pela simpatia, e tudo rejeitarmos dos desafetos , pela antipatia, que devotamos.