quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vaidade, todo cuidado é pouco

A convivência com os princípios espíritas, sem que percebamos, vai clareando determinados pontos em nossas vidas, que antes eram aceitos sem questionamento das implicações morais e do sentido ético, ou não, embutido neles.



Permitam-me apresentar uma experiência vivida.



Certa vez, fui convidado a fazer parte de um evento espírita, realizando uma palestra num município vizinho ao Rio de Janeiro.Acertei os aspectos específicos do estudo e , por fim, o representante do evento me solicitou informá-lo de um currículo mínimo para ser lido antes do meu estudo.Eu me neguei a informar.Ele insistiu.Eu ,então disse, que os dados mais relevantes de minha vida, dos quais eu mais me orgulhava, era ser casado com minha esposa e ser pai dos meus dois filhos ( tirei uma onda ...). Para mim era o que cabia num ambiente espírita. Enfim, acabei fazendo a palestra sem apresentação de currículo algum.



De minha parte, não considero cabível o ritual da formalidade catedrática de apresentação da vida pregressa intelectual e profissional num culto espiritual, onde pessoas de “ poucas letras” estariam presentes e poderiam se sentir intimidadas e constrangidas por sua pouca instrução, sendo equivocadamente levadas a crer que o(a) detentor(a) de um currículo mais denso é o “ dono da verdade “ inquestionável. Em Espiritismo, todo este contexto é abominável e indesejável.



Vejam, é válido na vida protocolar do mundo, mas não é recomendável na convivência espírita. Esta avaliação mais detalhada sobre as conseqüências de uma atitude ou iniciativa qualquer é que faz da convivência genuinamente espírita algo mais refinado, por medir como as decisões podem repercutir nas demais pessoas, e estar sendo estímulo, como no caso apresentado, à vaidade de todos nós, de quem ouve e , principalmente, de quem fala e dirige reuniões.



É um risco, é bom não pagar pra ver ...

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