quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Característica e Condição do Cristão Salvo

" Aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu " ( I João 2:6 ) O desejo pela salvação é inerente ao instinto de conservação humana. Ninguém quer se ver em apuros, a inclinação natural da criatura humana é tentar se livrar da condição de perigo. Visto pelo ângulo espiritual, criou-se duas vertentes capazes de oferecer a salvação: a graça e o mérito. Qualquer uma das duas é bastante discutível, pois não garante as verdadeiras disposições do candidato à salvação , que lhe acolhe. Pela graça (ou fé ), a criatura poderá estar se enganando pela propaganda fácil e vazia de que o Cristo seja seu salvador . Ou pelo mérito ( ou caridade), com iniciativas formais de solidariedade, no campo individual ou coletivo, tentando barganhar com Deus um merecimento inexistente na essência.Tanto um meio, como outro, não caracteriza a mudança individual esperada de um aspirante da salvação, tão bem expressa na 1ª epístola de João, pois toda e qualquer criatura que se declare de Jesus, e por ele salvo, deve se compenetrar da sua responsabilidade de se conduzir comportamentalmente na vida pelos mesmos padrões morais e éticos com que ele se pautou. A salvação tem uma relação íntima com a coerência e com o pragmatismo. Não pode ser fruto de aceitação aparente ou de uma troca de favores.Deve ser uma busca incessante de viver em sintonia com o Cristo, e expressá-lo em seus atos. Isto requer compenetração, e menos alarde.E muito cuidado de nós por nós mesmos, antes de qualquer coisa.

O Abandono de Deus

" Por que o Senhor permaneceu em silêncio? Como pode tolerar tudo isso?" ( Papa Bento XVI acerca do holocausto na 2ª Grande Guerra Mundial) Tal questionamento poderia parecer estranho, não fosse o Papa Bento XVI um reconhecido teólogo da Igreja Católica, com um longo currículo acadêmico. Esta pergunta traduz a investigação de um estudioso das bases da relação entre a criatura e o Criador, dentro dos princípios da sua fé. O morticínio judeu na era nazista foi algo sem precedentes na história da humanidade, e sem dúvida aterroriza adimitir que o homem possa engendrar crueldades desta ordem, sem que haja a intervenção da Providência Divina.Várias indagações nos saltam : quais as razões de tais sofrimentos?Estamos irremediavelmente a mercê do livre-arbítrio insano das mentes cruéis?Existe um componente de destruição na vida ( a morte, as doenças,as guerras, os flagelos,etc), isto é natural ou é fruto da ação das forças satânicas, adversárias do Bem? Se desejarmos buscar em Deus respostas para tantas interrogações, certamente teremos que definir o objeto principal da ação de Deus, qual seja o espírito. Não há como adimitirmos que o Plano de Deus vise como prioridade a vida material da criatura e sua organização. Todas as ocorrências, agradáveis ou não, de sucesso ou insucesso, são oportunidades de crescimento do espírito.Somos convocados a ser co-criadores da obra de deus e isto exige crescermos em intelecto e sentimento.A elevação desses dois fatores também se faz mediante o componente da dor, fazendo com que sejamos compelidos a buscar mecanismos para superarmos a estagnação do nosso nível intelecto-afetivo. A dor, a princípio indesejável, serve como instrumento impulsionador para enfrentarmos a nossa real necessidade de crescimento pessoal e coletivo. Desta forma, uma nova visão da intervenção de Deus nos descortina. A morte é renovação.As guerras são crises coletivas que nos obrigam a repensar nosso conceito de justiça e igualdade. Os flagelos naturais são oportunidades de exercícios de solidariedade. Outro fator é termos que entender a profundidade da assertiva de que " os justos não sofrem" e " cada um sofre na medida em que fez sofrer" . Tais afirmações são infundadas se não buscarmos as " causas anteriores das afições". O plano de Deus é consequente, ninguém é vítima sem envolvimento e compromisso com os sofrimentos.Isto não justifica que sejamos deliberadamente instrumento de sofrer do próximo , mas estamos numa faixa de evolução moral em que " o escândalo ainda é necessário" , disse Jesus.por mais que nos choquemos com as ocorrências funestas, precisamos compreender que Deus as permite como forma de nos sensibilizar para que nos portemos com mais fraternidade, independente das diferençãs de qualquer ordem. O Papa , por fim, perquiri: " como pode (Deus) permitir essa matança sem limites, esse triunfo do mal? ". Todos sentimos profundamente as mortes em massa da população civil e dos combatentesnaquele conflito sangrento, mas avaliar que houve triunfo do mal é deixar de reconhecer que para nos legar uma mensagem de profundo amor , o próprio Cristo se deixou imolar, morrendo na cruz, pois esta ainda é nossa sofrível condição, ou seja, para amadurecermos coletivamente é necessário movimentos trágicos, que normalmente ceifam vidas.E outra não foi a forma como se solidificou o Cristianismo com seus mártires. Deus nos tolera nos imensos desequilíbrios que somos dotados.Alguns intectualmente avançados, e etico-moralmente tão precários, como vice-versa. Certamente, a misericórdia divina se apoia na segura afirmativa do Cristo de que haveremos de ser perfeitos um dia, como o Pai que está nos céus, sem que se perca uma só ovelha do seu rebanho, isto espiritualmente falando.

Mediunidade com Jesus

Um capítulo importante na Doutrina Espírita é o da mediunidade. Todavia, poucos interessados nos esclarecimentos de Kardec percebem o verdadeiro e primordial fim dessa investidura, dada a cada um de nós. O item 324 de O Livro dos Médiuns deixa claro três impressões acerca da reunião mediúnica: frívola,experimental e instrutiva. A primeira caracteriza-se pela leviandade e imaturidade dos seus integrantesjá a segunda pelo interesse centrado na produção de fenômenos, e a terceira exalta o conteúdo orientador do intercâmbio mediúnico, que beneficia todos os envolvidos nesta prática, tanto encarnados como desencarnados. Muito se propala no meio espírita sobre a importância da caridade, sempre visando o outro. Neste mesmo sentido há os que afirmam que a prática mediúnica ' é fazer caridade aos irmãos espirituais' .Afirmamos que esta forma de pensar é o engessamento da grandeza da atividade. Ninguém ajuda sem se ajudar.Reforça-nos Divaldo franco que o espírito em sofrimento, a quem pressupomos estar socorrendo, é que nos está fazendo a caridade, porque está dizendo sem palavras: ' Olhe o que aconteceu comigo.Ou você muda de comportamento ou vai acontecer com você a mesma coisa!' . No item 281 de O Livro dos Médiuns, Kardec expõe no último parágrafo em termos condicionais a possibilidade do médium aliviar sofrimentos , facilitar adiantamento e tornar-se útil aos sofredores espirituais, porém coloca em termos positivos o benefício de cada médium instruir-se, sendo este apontado como a utilidade das reuniões mediúnicas. Mínimo é o número de espíritos desencarnados atendidos em nossas reuniões mediúnicas, e menor ainda aqueles que pelo diálogo mantido conseguem mudar suas disposições equivocadas instantaneamente. Em decorrência desse raciocínio, é possível admitirmos que a Providência Divina favorece esse intercâmbio muito mais em prol dos médiuns, por poderem vivenciar os efeitos danosos dos humanos desatinos em relação à lei de justiça e amor de Jesus. A mediunidade com Jesus, base dos postulados espíritas, é fonte de melhoria do médium, pois através do seu exercício ele absorve conhecimentos práticos da moral Cristã, por meio da eficácia dos testemunhos e relatos trazidos pelos espíritos, nossos semelhantes em estágio de evolução, com quem nos identificamos em sucessos e insucessos. Para tanto, Kardec aponta no item 341 de O Livro dos Médiuns os requisitos indispensáveis para um eficaz e eficiente intercâmbio mediúnico: perfeita comunhão de vistas e de sentimentoscordialidade recíproca entre os membros ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristãdesejo único dos participantes de se instruirem e melhorarem por meio dos ensinos dos espíritosrecolhimento e silêncio respeitosos e isenção, nos médiuns, de todo sentimento de orgulho, de amor-próprio e de supremacia.

Práticas Desnecessárias - Sim ou Não?

Existe uma estória de caserna que fala sobre uma surpresa desagradável em determinado quartel.No horário do hasteamento da bandeira se verificava o sumiço da adriça, impedindo a amarração do pavilhão nacional e dificultando o rito cívico diário.O comandante da época para sanar aquela ocorrência instituiu o serviço de guarda ao mastro. A medida surtiu o efeito corretivo desejado naquele instante, e foi mantida ao longo do tempo.Até que muitos anos depois, indagado o soldado de serviço, qual a finalidade da sua atuação junto ao mastro, ele respondeu que não sabia, mas ' que sempre fora feito assim' . Este conto nos remete ao fato da importância de avaliarmos nossas rotinas, a fim de que elas não se desviem dos objetivos primordiais e se tornem cumprimento de mesmice.Isso se aplica a qualquer atividade.No meio espírita não é diferente. Precisamos cogitar com bom senso e racionalidade, numa prática salutar da fé raciocinada.Dois pontos poderemos analisar se não se enquadram neste contexto de perda de propósito: 1º) A prática simultânea de aplicação de passe individual e distribuição de água fluidificada Todas as duas formas consistem em técnicas da fluidoterapia, com o fim de atender uma necessidade específica do recebedor do seu benefício.No caso do passe individual essa ação é direta, em razão do paciente estar em condições de buscar pessoalmente a ajuda. No tocante à água fluidificada, caberá relembrarmos o papel físico-químico fundamental deste líquido, como veículo universal nas formulações medicamentosas, por sua neutralidade.Assim, sempre foi utilizada como veículo quando impregnada pelo magnetismo do médium, a fim de beneficiar o paciente que não esteja em condições de se deslocar ao centro espírita , por fatores impeditivos referentes à sua doença física ou mental ou convalescência. Em dado momento, passou-se a ministar, em duplicidade, tanto o passe individual como a água fluidificada aos frequentadores das reuniões públicas, como se o fluido administrado de uma forma agisse diferente da outra, quando em realidade eles se sobrepõem.Cria-se nos frequentadores das instituições a 'mania' da duplicidade obrigatória dessas práticas fluidoterápicas, reforçando a viciação em receber passes, tão contra-indicada por André Luiz, no livro Conduta Espírita. 2º) A prática da obscuridade(suspensão da luminosidade) durante a aplicação do passe ou do momento da prece Este hábito tem , em parte, sua fundamentação na prática similar utilizada nas reuniões mediúnicas de materialização, onde é recomendável a baixa luminosidade artificial( Missionários da Luz-André Luiz) para não haver perda dos fluidos sutis utilizados ( material luminoso extraído da natureza) em tais tarefas específicas. Estender tal orientação à prática comum da fluidoterapia nas reuniões doutrinárias é aplicar o conceito restrito ao caso geral.O fenômeno mediúnico (passe) se realiza independente da luminosidade natural ou artificial.Alguns defendem a interferência da baixa luminosidade para ajudar numa maior concentração das pessoas. O apoio de fórmulas exteriores , como a diminuição da luminosidade,com essa justificativa, pode ser comparado ao ato formal de dar as mãos (Livro dos Médiuns,CapXXV,item 282, perg.15) para estabelecer uma corrente entre as pessoas.Dizem os espíritos, que esta expressão externa não corresponde necessariamente à disposição interna das pessoas , ou seja, mãos entrelaçadas não definem se os pensamentos estão dispersos ou homogêneos.Mera exterioridade, formalidade que gera ritualismo. Isto sem deixarmos de tocar no prejuízo quanto a visão fantasmagórica que a escuridão empresta ao clima destas práticas espíritas, por ser um recurso de intimidação muito usual aos filmes de terror.Nada que se equipare ao sentido transparente,espontâneo, que o Espiritismo deseja nos influir ,a termos dentro e fora do centro espírita, sem ambiência ou atos místicos.A mística do Espiritismo é a naturalidade e simplicidade da condção dos seus atos de fé. Ele se aparta de 'muletas' e 'bengalas' para promover diretamente a criatura na busca dos ideais superiores. Incorporar modismos sem a devida conexão aos princípios doutrinários é enxertar práticas desnecessárias. ' É nisso que consiste a superioridade da Doutrina Espírita sobre as demais doutrinas.Enquanto o crente se mantém em suas crenças obsoletas, por maiores que sejam as provas que lhe demonstrem o erro, o Espírita se encaminha para onde a sã razão o conduz. Nós estaremos, onde estiverem as provas daquilo que afirmamos. Afirmar sem provas, garantir sem esteio,impor sem raciocínio, nada poderá ser jamais, o nosso critério' Carlos Imbassahy ( Livro Religião - Cap I)

É muito temerário se usar o termo CURA em Doutrina Espírita

Para início de conversa convém nos lembrarmos de Jesus na passagem de Lucas 17,11-19, quando Ele se dirige ao leproso agradecido por lhe ter restabelecido a saúde , e o Mestre faz uma distinção da sua condição de salvo em relação aos outros nove, igualmente beneficiados, por ter este especialmente demonstrado sua renovação de sentimentos através da expressão de gratidão. Podemos também aliar a esta orientação cristã, a mensagem de O Evangelho segundo o Espiritismo, no Capítulo V, item 10, quando diz:' ... As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam . São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio.' Isto sem deixarmos de nos reportar ao fato de que nos Evangelhos , não constatamos Jesus dizendo que curou, e sim, que a tua fé te curou ou a tua fé te salvou. Estes três apontamentos são importantes para entendermos a subjetividade do termo cura, que envolve as relações de causa e efeito da doença e dos doentes, que nós não podemos assegurar qual seja. Os outros nove leprosos certamente não alcançaram a condição para serem qualificados como salvos , apesar de aparentemente estarem livres da doença. Neste intante , cabe introduzir nesta reflexão a idéia do termo alívio(Mateus 11,28), que representa um benefício alcançado, sem que se tenha produzido a reformulação de propósitos e pensamentos requerida pela doutrina do Mestre. Além da indicação inequívoca de O Evangelho segundo o Espiritismo, de que em alguns casos a própria doença ( expiação ou prova) é o remédio de que carecemos , e do qual não haveremos de nos desatrelar, pelo impositivo da lei de reajuste. Desta forma , como falar de cura ? Como definir se o auxílio recebido foi estrutural(cura) ou superficial(alívio)? Em esmagadora maioria não somos dotados deste poder de investigação do psiquismo dos outros. Qualquer uso do termo CURA no Centro Espírita, seja para passe ou reunião , induz o aflito à dedução de que se ele se submeter à rotina de passe ou reunião de cura, ele alcançará a cura automaticamente, condição imediata do seu desespero e do seu desejo natural de se livrar da dor ou de um desconforto qualquer. Nenhum espírita, médium ou não, ou instituição espírita sérios podemgarantir o resultado de quaisquer das terapêuticas espíritas, pois não temos acesso ao grau de necessidade do aflito em relação à sua dor. Por isso, nos parece cauteloso substituir o termo cura por tratamento , deixando assim claro a intenção de sermos alvos da misericórdia de Deus, amenizando nossas dores, sem invalidar a orientação do livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, de que ' o sofrimento é inerente à imperfeição' , e conforme nos afirma o espírito Vianney (cura de Ars): ' Muitas vezes a cegueira dos olhos é a verdadeira luz do coração' .

Fora disso, é sugerir ilusão.

Umbanda e Espiritismo - Convergências e Divergências

Podemos fazer estudos comparativos entre todas as religiões, com muito ganho nas conclusões a serem atingidas.Todavia, especialmente à sociedade brasileira, uma relação feita entre a Umbanda e o Espiritismo guarda contornos étnicos, que diz de perto à própria brasilidade, revelando a forma do brasileiro encarar a sua espiritualidade. Sem dúvida , o catolicismo é uma influência profunda no campo da fé, mas nada toca tão fundo o lado espiritual do brasileiro do que a possibilidade de interação direta da criatura e as hostes espirituais , adimitida especialmente por essas correntes religiosas, a Umbanda e o Espiritismo, cada uma à sua forma. Interessante estabelecermos esta analogia , tendo por base alguns princípios:
1) DEUS - O Espiritismo sustenta sua doutrina na crença fundamental de sua existência e atuação justa, bondosa e misericordiosa. Na Umbanda e demais cultos afros é conhecido como Olorum, Obatalá ou Orixalá, sendo que na prática é menos evidenciado do que o orixá guia de cada pessoa, a quem se rende toda subordinação.
2) ESPÍRITO - Espiritismo o aponta como um estágio importante da obra de Deus pela sua condição na escala evolutiva. A Umbanda o reconhece, porém dispensa pouca atenção à sua realidade, pouco importando sua destinação. No ato da morte o espírito é tratado como " egum " e deve ser encaminhado para deixar os interesses terrenos para trás, e é cuidado com certo temor e distância.
3) REENCARNAÇÃO - Para o Espiritismo este é o eixo de sua doutrina evolutiva. É através desse mecanismo que todos os espíritos alcançam seu crescimento esperado. A Umbanda não trata do destino do espírito humano. Não fica claro sua finalidade sobre a face da Terra e o que se espera para ele após sua morte, nem tampouco como ocorre esta continuidade. Inclusive, se para o Espiritismo tudo está submetido à evolução, para a Umbanda os orixás são seres a parte da criação, que nunca conheceram vida em nosso planeta (encarnação).
4)MEDIUNIDADE - Para o Espiritismo é consequência natural da convivência estreita entre os habitantes do plano físico e o plano espiritual. É constante, sob diversas formas.O mesmo ocorre para a Umbanda, sendo que seu culto ( o intercâmbio) é marcado pelo sentido de adoração às entidades comunicantes, ao contrário do Espiritismo.Em um estudo a parte teceremos maiores detalhes sobre os critérios do campo experimental ou mediúnico espírita.
5)OUTROS MUNDOS - O Espiritismo aceita a pluralidade dos mundos habitados como consequência direta da necessidade de utilidade dos diversos astros , que povoam o Universo, como possibilidade de moradas dos múltiplos estágios de evolução experimentados pelos espíritos.A Umbanda não se pronuncia sobre este assunto, tendo por marca uma crença centrada nas características naturais do nosso planeta.
6)CARIDADE - O impulso de solidariedade à necessidade moral e material é comum tanto à Umbanda como ao Espiritismo. Cada um tenta dentro de suas características e mecanismos aplacar as angústias e atender os anseios do espírito humano.
7)PODER E HIERARQUIA - O Espiritismo não adimite qualquer atuação imperativa e subordinativa no seu meio. Tanto individualmente como institucionalmente todos são iguais, sem subordinação. A relação funcional no meio espírita é cooperativista.Na Umbanda, o poder e a hierarquia são evidentes pela ação marcante e centralizadora dos seus líderes e auxiliares (pais ou mães-de-santo,ogans,etc).Esta relação de subordinação na Umbanda, às vezes , não se extingue nem com a morte do pai-de-santo, se transferindo a quem o substitui. 8)LIVRE-ARBÍTRIOEixo fundamental na visão espírita com vistas à evolução de cada um de nós. Na relação do adepto de Umbanda e seu orixá e pai-de-santo existe um forte abalo neste componente (o livre-arbítrio), pois o adepto deve acatar as imposições , tanto do orixá como do pai-de-santo, antes mesmo dos seus pensamentos pessoais,por dever de subordinação e disciplina.

Ciência e Religião

Esta combinação é um traço característico da Doutrina Espírita. A convicção espírita se estriba nesse binômio. É importante que o espírita consciente mantenha o equilíbrio desses dois pilares nas suas ilações. A sensatez deve ser a marca do pensamento espírita, sem margem para o radicalismo e a imponderação. Esses dois ramos da percepção humana descortinam as duas naturezas interpenetrantes do Ser - a matéria e o espírito. Não existindo prevalência de um sobre o outro, pois o próprio espírito, que poderia ser chamado de natureza essencial, na verdade alcança tal condição a partir da longa trajetória da energia primitiva pela experiência material. Buscar a harmonização entre as visões desses campos de apreensão do ser sobre sua realidade é alcançar a sabedoria, pois nos exercita entorno da Inteligência Suprema, que os concebeu. Não podendo, por conseguinte, haver conflito insuperável entre suas revelações. A história da humanidade demonstra que, ao longo do tempo, as divergências se marcaram pela intransigência de ambos os lados, visando a supremacia de seus postulados, com vistas ao poder e à inclinação egóica pela intolerância, sem qualquer cogitação das bases dos argumentos em questão, com imparcialidade. Dia virá em que estes dois segmentos do saber humano caminharão de mãos dadas, porém é impraticável que isto seja alcançado sem que haja por parte das criaturas uma disposição de ter um compromisso íntimo de não ceder espaço em sua mente ao ceticismo sistemático ou ao fanatismo, vias do extremismo da ciência e da religião, respectivamente. Na medida em que pacífica e pacientemente adotarmos uma postura individual da criteriosidade científica e da conciliação religiosa, certamente faremos jus aos avanços atingidos na compreensão de um Deus Universal na Ciência e Incondicional no Amor.

O Verdadeiro Batismo

" Que também , como uma verdadeira figura, agora nos salva,o batismo, não o do despojamento da imundícia do corpo, mas o da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo. I Pedro 3: João Batista afirmou que ele batizava com água , mas que o Cristo batizaria com o fogo. É preciso entender que o fogo sempre foi símbolo de purificação das substâncias. Claro que se submeter ao fogo requer sacrifício, tampouco ele se referia ao elemento físico.Outra não é a condição daquele que tendo vivido por padrões mundanos baseados no orgulho, na vaidade e na ambição desmedidos, quando passa a refletir acerca dos padrões comportamentais cristãos , em seu mundo íntimo sofre a ação da transformação, que não é fácil. É o reconhecimento de equívocos e limitações pessoais, além de resistir à tendência aos velhos vícios e atitudes.
Manter uma consciência desperta para os valores superiores do Cristo é imergir num oceano de novas indagações. Espiritualizar-se é um processo doloroso e contínuo, queimando antigos procedimentos e estabelecendo novas condutas. É viver em um fogo depurador por própria aceitação da importância dessa experimentação espiritual. A grandeza dessa vivência está longe de uma formalidade ou ato exterior, é repetição diária. O batismo é acordar todo dia com a disposição de sermos melhores, segundo o modelo de Jesus.É mudança comportamental.

ABORTO

O aborto extermina uma possibilidade real de vida। Isto é inegável। Uma sociedade madura terá sempre como meta valorizar a vida, antes de mais nada, preservando-a। Por isso, salvo situações específicas, rejeitará a opção pela interrupção da vida em sua fase embrionária. Ponto pacífico. Todavia, não devemos nos fechar para analisar os motivos que favorecem a tal decisão.Nem sempre o aborto é levado a termo pela leviandade de uma mãe de que deseje simplesmente gozar a vida, sem os laços da responsabilidade.Existe uma conjuntura social e econômica que também interfere nesta tomada de decisão lamentável:
1) prenúncio de perda do emprego da mulher por ter engravidado, fruto da discriminação existente no mercado de trabalho,
2)rejeição da mulher por parte da família, menos hoje por questões de preconceito e mais por motivo econômico, e,
3)falta de solidariedade do parceiro, mesmo numa relação estável, por considerá-la a única responsável pela gravidez indesejada. Estes indicativos não são determinantes, mas são aspectos a serem considerados , por motivarem angústia na possível futura mamãe, muitas vezes só na decisão a tomar, dificultando uma decisão favorável pela vida. Precisamos aprofundar a importância da influência desses fatores apresentados, sob pena de mantermos a discussão deste assunto na fria esfera do moralismo hipócrita da simples proibição legal do aborto. Cabe acolher e amparar os pais envolvidos com uma gravidez indesejada ou inesperada, a fim de realinharmos seus pensamentos na visão de esperança e amadurecimento , que só podem usufruir aqueles que optam de forma otimista e decidida pela Vida.