Em Deuteronômio 14,22-23 estabelece-se o dízimo como a décima parte de toda a produção rural, entre o que foi colhido e do rebanho criado. Esta oferta, também conhecida como devolução, era o símbolo de gratidão a Deus do produtor desses bens, a fim de que o criador o abençoasse o trabalho e a vida.
Este ato tinha também por finalidade a confraternização do trabalhador com sua família e com os levitas,o estrangeiro, o órfão,a viúva, enfim os menos aquinhoados de bens , demonstrando que devemos ser solidários em tudo que recebemos de Deus.
Só existindo uma situação (deuteronômio 14,24) em que esse dízimo é convertido em dinheiro. Esta confraternização deveria ocorrer em local sagrado determinado, que poderia ser longe da propriedade do produtor,então, ele deveria recolher os mantimentos do dízimo, vender, e levar o dinheiro auferido para o local sagrado, e lá reverter a quantia em novos mantimentos, que deveriam servir de agradável repasto de seus familiares e de outros necessitados.
A festa dos dízimos era uma simbologia de amor a Deus, como reconhecimento à sua generosidade e de que devemos, ao repartir, cumprir o nosso papel de filhos de Deus e irmãos entre nós. Diretamente com o fruto do nosso suor , sem intermediários.
O dízimo nada tem a ver com o salário, mas com a ação confraternativa direta de cada um em prol da necessidade em torno de nós, como diz o texto sagrado: " que se encontram dentro dos teus muros"(Deuteronomio 14,29).Como também não se constitui uma barganha com Deus , onde injetamos dinheiro em nossos templos e Deus se incumbirá da nossa prosperidade.O dízimo é um exercício pessoal de desapego das conquistas deste mundo, para convertermos estas conquistas materiais em instrumentos de bençãos, pelos benefícios que elas geram em prol de todos,por serem compartilhadas, e assim, atingirmos a bem-aventurança dos que tem um coração de pobre, porque deles é o reino dos céus.
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